Por que Steve Jobs Nunca Usou Placas em Seus Carros da Mercedes-Benz

Steve Jobs aproveitou uma brecha legal para dirigir seu Mercedes-Benz SL55 AMG sem placas, trocando o veículo a cada seis meses. Entenda como funcionava essa estratégia de privacidade e as mudanças na legislação que acabaram com essa prática.
Publicado em Notícias dia 24/08/2024 por Alan Corrêa

Steve Jobs, cofundador da Apple, costumava dirigir um Mercedes-Benz SL55 AMG sem placas, utilizando uma brecha legal que permitia veículos novos circularem sem identificação por até 180 dias na Califórnia. Essa prática visava proteger sua privacidade, mas foi encerrada com a mudança da legislação em 2019.

O visionário cofundador da Apple, era conhecido por sua obsessão por detalhes e pelo controle sobre sua vida pessoal e profissional. Essa característica se refletia também em sua escolha peculiar de dirigir um Mercedes-Benz SL55 AMG sem placas. Embora isso possa parecer uma violação das leis de trânsito, Jobs estava dentro da legalidade, graças a uma brecha nas leis da Califórnia que permitia que veículos novos circulassem sem placa por um período de até 180 dias.

Para tirar proveito dessa brecha, Jobs utilizava uma estratégia simples: ele optava por contratos de leasing para adquirir seus veículos. A cada seis meses, antes que o prazo de 180 dias expirasse, ele trocava o carro por um modelo novo, mas idêntico. Dessa forma, Jobs conseguia manter seu Mercedes-Benz SL55 AMG sem placas durante todo o período em que o utilizava, garantindo que seus dados pessoais não fossem expostos.

A decisão de Jobs em não emplacar seus carros não era motivada por questões financeiras ou por desprezo às regras, mas sim por um desejo profundo de proteger sua privacidade. Em um mundo onde a vida das celebridades e magnatas é constantemente vigiada, Jobs encontrou uma maneira legal de evitar que seu carro fosse facilmente rastreado ou identificado.

O uso de veículos sem placas por Jobs não passou despercebido, especialmente em um lugar como o Vale do Silício, onde carros de luxo são comuns entre os grandes nomes da tecnologia. O Mercedes-Benz SL55 AMG prateado de Jobs, sem placas, tornou-se uma espécie de símbolo de sua presença discreta, mas inconfundível. Mesmo sem placas, o carro era frequentemente fotografado por paparazzi, o que apenas alimentava o fascínio público por seu estilo de vida.

Essa prática, entretanto, chegou ao fim em 2019, quando a legislação da Califórnia foi revisada. A partir daquele ano, todos os veículos novos passaram a ser obrigados a sair das concessionárias com uma placa temporária impressa em papel, eliminando a brecha que Jobs havia utilizado por tantos anos. Com essa mudança, a possibilidade de dirigir um carro novo sem placa foi definitivamente encerrada, obrigando todos os proprietários de veículos a registrar seus automóveis imediatamente.

A mudança na legislação foi motivada por questões de segurança e pela necessidade de garantir que todos os veículos nas estradas fossem facilmente identificáveis. A decisão de Jobs de manter seus carros sem placas, embora legal, foi vista como um exemplo de como indivíduos com recursos e conhecimento podem utilizar as lacunas legais para atender às suas necessidades específicas.

O caso de Steve Jobs ilustra como a legislação pode ser moldada para se adaptar às mudanças sociais e tecnológicas. Enquanto a lei da Califórnia permitia que veículos rodassem sem placas por até 180 dias, poucos indivíduos fora do círculo de Jobs tinham a capacidade ou o desejo de utilizar essa brecha de forma tão consistente. A alteração da lei em 2019 reflete uma tentativa de equilibrar a privacidade pessoal com a necessidade pública de segurança e identificação veicular.

Embora a prática de Jobs tenha sido singular, ela levanta questões interessantes sobre privacidade, tecnologia e as maneiras pelas quais as pessoas podem navegar pelas regras para atender aos seus interesses. No fim das contas, o caso de Steve Jobs serve como um exemplo de como a lei e a sociedade podem evoluir em resposta às ações daqueles que, mesmo dentro da legalidade, desafiam as normas estabelecidas.

Mesmo após sua morte, em 2011, a história de Jobs e seus Mercedes-Benz SL55 AMG sem placas continua a ser um tópico de interesse, não apenas por causa da figura icônica que ele representava, mas também pela maneira como ele abordava o equilíbrio entre a vida pública e privada. A prática de dirigir sem placas pode ter terminado, mas a discussão sobre privacidade e os limites da legislação continua, especialmente em uma era onde os dados pessoais se tornaram uma moeda valiosa.

Com a mudança na legislação, a era dos carros sem placas em que Jobs viveu tornou-se uma curiosidade histórica, uma lembrança de como uma pessoa pode, legalmente, navegar pelos meandros da lei para manter um controle rigoroso sobre sua vida pessoal.

*Com informações de QuatroRodas.