O flagra do CAOA Chery Tiggo 9 em São Paulo não é apenas mais um registro de carro camuflado circulando pela cidade. O modelo chega em um momento em que a marca tenta ocupar um espaço mais ambicioso, mirando consumidores que antes só olhavam para SUVs de marcas tradicionais. A proposta combina motorização híbrida plug in, porte de SUV grande e acabamento mais sofisticado, como resposta direta à crescente pressão competitiva no segmento.
A volta do Salão do Automóvel, depois de sete anos de ausência, serve como palco perfeito para essa virada. O evento chega com mais de trezentos veículos, novas tecnologias e a intenção clara de reposicionar o Brasil no calendário global da indústria. Juntar esses dois movimentos, o lançamento de um SUV de maior prestígio e o retorno de uma das maiores vitrines do setor, cria uma leitura mais ampla do momento vivido pelo mercado.
O recorte geral revela uma disputa mais acelerada, marcada pela ascensão das marcas chinesas e pela necessidade de renovação em um mercado que passou anos operando abaixo do potencial. O Tiggo 9, ao surgir antes da feira, funciona como um sinal do que será o novo normal da indústria, com produtos mais tecnológicos, eficientes e dirigidos a um público que exige mais por cada real investido.
O protótipo do Tiggo 9 circulando em São Paulo expõe uma estratégia clara. O SUV conversa diretamente com consumidores que passaram a considerar marcas chinesas nos segmentos mais caros e consolida a evolução do portfólio nacional da CAOA Chery. O design segue a receita que funcionou no Tiggo 8, com faróis afilados, grade octogonal e lanternas conectadas, mas adiciona presença visual de modelo grande e mais refinado.
A cabine deve seguir o mesmo caminho, com materiais melhores, tecnologia embarcada e equipamentos que já fazem parte das versões vendidas no exterior. São oferecidos recursos como piloto automático adaptativo, aviso de saída de faixa, frenagem automática, bancos dianteiros aquecidos, teto solar panorâmico, porta malas elétrico e sistema de som desenvolvido pela Sony. O pacote reforça o objetivo de entregar uma experiência mais próxima do padrão premium.
A configuração PHEV reúne um motor 2.0 turbo de 238 cv no eixo dianteiro e um elétrico de 224 cv no eixo traseiro. Juntos, entregam potência combinada de 366 cv e torque de 40,8 kgfm, administrados por um câmbio automático de oito marchas. A autonomia homologada no ciclo WLTP chega a 1.400 km e o consumo médio declarado é de 19,2 km por litro, números que colocam o utilitário entre os mais eficientes da categoria.
O modelo mede 4.820 mm de comprimento, 1.930 mm de largura e 1.699 mm de altura, com entre eixos de 2.820 mm. Seguindo a lógica da linha Tiggo no país, a versão brasileira deve oferecer sete lugares, mirando famílias que precisam de cabine ampla sem abrir mão de tecnologias de assistência.
Depois de um período marcado por instabilidade econômica e retração das montadoras em grandes eventos, o Salão do Automóvel retorna ao Distrito Anhembi entre 22 e 30 de novembro. A nova edição toma cinco pavilhões climatizados e vai reunir mais de trezentos veículos, apresentando ao público desde SUVs híbridos até elétricos de última geração e lançamentos globais que devem ganhar espaço no país.
A lista de marcas confirmadas inclui nomes tradicionais e novas forças do mercado. Estão previstos estandes de BYD, Fiat, Honda, Hyundai, Jeep, Toyota, Renault, RAM, GWM, Leapmotor, MG Motor, CAOA, Peugeot, Mitsubishi, Citroën, Kia, Lexus e Vespa. A presença reforça o peso estratégico da feira para apresentar renovação de portfólios e marcar posição diante da concorrência crescente.
Os ingressos já estão disponíveis, e a programação divide horários entre dias úteis e finais de semana para atender ao fluxo intenso de visitantes. A retomada do evento acontece em um momento em que o consumidor busca contato mais direto com novos modelos, interessados em conhecer tecnologias e comparar soluções de mobilidade de forma prática.
O Tiggo 9 ilustra a velocidade com que as marcas chinesas avançaram no segmento de SUVs. Modelos como Tiggo 7 e Tiggo 8 abriram caminho para um produto mais sofisticado, enquanto marcas concorrentes ajustam preços, versões e tecnologias para manter participação. A chegada de um SUV maior e híbrido reforça esse movimento, pressionando rivais tradicionais a entregar mais valor agregado em categorias de maior ticket.
A estratégia chinesa combina eficiência energética, pacotes tecnológicos mais completos e posicionamento de preço que costuma desequilibrar o segmento. O consumidor brasileiro, mais atento à relação entre economia e desempenho, passou a olhar para híbridos e elétricos com maior interesse, especialmente depois da redução de custos de uso e da oferta de autonomia estendida.
A presença crescente dessas marcas no Salão do Automóvel, somada à exibição de seus novos produtos, cria um cenário em que a disputa não se limita mais ao design ou ao motor. A competição passa a envolver tecnologia embarcada, conectividade, refinamento e soluções de condução semiautônoma.
O lançamento do Tiggo 9 deve marcar uma virada para a CAOA Chery, que tenta consolidar um reposicionamento em categorias mais altas. A exibição no Salão do Automóvel amplia a visibilidade e coloca o modelo no centro da conversa sobre os SUVs de maior porte que chegarão ao país em 2025 e 2026.
O mercado brasileiro se move em direção a um portfólio mais eletrificado, e o utilitário híbrido plug in se encaixa nesse movimento como uma alternativa que combina desempenho e autonomia. A disputa tende a crescer, com outras marcas preparando lançamentos da mesma categoria, criando um ambiente em que eficiência e tecnologia serão decisivas.
A volta do Salão retoma o papel de vitrine e reacende a dinâmica de competição entre marcas que estavam menos presentes nos últimos anos. O Tiggo 9 entra nessa nova fase como símbolo da ambição chinesa e como peça chave para medir o ritmo da transformação do mercado, abrindo espaço para uma oferta mais completa de modelos e tecnologias que devem moldar os próximos ciclos da indústria brasileira.
Fonte: Motor1.